Algumas pessoas andam me perguntando em quem irei votar. Me pergunto para quê. Saber em quem irei votar não vai alterar nada. Ninguém vai repensar no seu voto a partir do meu. Ninguém vai mudar de candidato por causa das minhas preferências. Quem pergunta isso quer saber se eu concordo ou discordo da posição do perguntador. É uma armadilha feita para atrapar o pensamento diferente e gerar polêmica.
Não direi o nome de nenhum candidato. Direi que acredito no Diálogo, onde partes diferentes ouvem falam em igual medida. Direi que acredito no respeito e que, na minha opinião, Amor é a que mais falta para todos nós. Amor, não sexo. Amor, esse imenso desafio, que requer toda a coragem que temos e, às vezes, a que não temos, também. Amor, não concessão infinita, nem a ignorância às leis de maneira egoísta e inconsequente. Aliás, também acredito em Liberdade, aquela que permite que os seres humanos vivam a vida que escolheram viver – não a libertinagem que invade a seara alheia com deboche e fúria. Que acredito na Arte que faz pensar e na Educação que nos dá horizontes. E que acredito na Justiça, aquela que é sempre falha, porque humana, mas que sempre tenta equilibrar o desequilíbrio. Fora dela é o desmando, o descalabro. É verdade que o mundo, mais cedo, ou mais tarde coloca tudo em seu lugar. Mas nós precisamos ver a Justiça atuando, ou não acreditamos nela – criaturas sem fé, que somos.
Então, da próxima vez que me perguntarem algo, não me perguntem em quem irei votar. Perguntem no que acredito.
Essa é a única coisa importa de fato. É a única coisa que definirá meu voto. Que definirá quem sou.